domingo, outubro 29, 2006

É Lula de novo, com a força da classe média

A campanha petista acertou no refrão: "É Lula de novo com a força do povo". Nas duas regiões menos desenvolvidas do país, onde se concentram grande parte das famílias beneficiadas pelos programas assistenciais do governo, o presidente Lula garantiu larga vantagem sobre o candidato Geraldo Alckmin - na Região Norte obteve 65,60% dos votos válidos e na Região Nordeste, 77,12%.

Não há como negar que a camada mais pobre da população foi a grande responsável pela vitória confortável de Lula. Mas há de se observar que quem proporcionou a vantagem que o presidente apresentou no segundo turno foi ela, a primeira a sempre pagar por tudo no Brasil: a classe média. Era nela que se concentravam grande parte dos indecisos e eleitores de Cristovam Buarque e Heloísa Helena do primeiro turno. E ela foi a protagonista de várias viradas nessa fase final das eleições, fazendo até com o candidato do PSDB recebesse menos votos do que no primeiro turno.
Ao contrário do que se imaginava, o presidente Lula e o PT saem fortalecidos dessa eleições, com mais do que esperavam conseguir. As vitórias para os governos da Bahia e do Pará dão mais força ao Partido dos Trabalhadores. Agora Lula disse que quer sentar com todos os partidos, sem exceção, e discutir as bases do que será feito daqui pra frente. E como todos os partidos já começam a pensar nas eleições presidenciais de 2010, com o fenômeno Lula fora da disputa, ninguém deve se recusar a se sentar com ele.
É provável que quem receber o apoio do presidente no próximo pleito, já entrará na briga com vantagem, até porque tudo indica que o próximo governo será mais tranqüilo que o que se encerra. Então já começa a se especular quem serão os próximos candidatos, e em quais partidos? A aposta mais forte é de Aécio Neves, atual governador reeleito de Minas Gerais, mas não pelo PSDB, mas sim pelo PMDB. Vai depender de quem dá mais por essa "jovem promessa". O jogo já começou. Façam suas apostas!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Impossivel, em política???

A eleição presidencial vai chegando ao fim e parece que o surpreendente crescimento do eleitorado de Geraldo Alckmin no primeiro turno vai se transformando em outra surpresa: no segundo turno o tucano deve ter menos votos que no primeiro. Até o momento, as pesquisas mostraram um máximo de 22 pontos percentuais de diferenças entre Lula e Alckmin, mas no final dessa semana o Ibope deve apresentar uma diferença de 25 pontos e analistas cogitam até uma dilatação maior.
É preciso muita fé para crer numa virada do candidato do PSDB. Considerando-se que cada ponto percentual represente cerca de 1,2 milhão de eleitores, Alckmin precisa tomar mais de 2 milhões de votos de Lula por dia. Impossível? De jeito nenhum. Em política nada é impossível. Depois de Lula se aliar a Roseana Sarney no Maranhão, a Newton Cardoso em Minas Gerais e a Esperidião Amim em Santa Catarina e receber apoio de Maluf e Collor, o que não é possível???Assim como o futebol, a política é uma caixinha de surpresas. Com uma diferença importante: ao contrário dos times de futebol, um político pode sair do ostracismo da terceira divisão direto para a divisão de elite da política, sem sequer passar por uma segunda divisão, ou seja, queimando etapas arbitrariamente.
Ultimamente, Guido Mantega, ministro da Fazenda, e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, vêem trocando farpas e quem já ressurgiu das cinzas e pode passar por cima deles é Delfim Neto. Ex-ministro da Fazenda do governo Médici - considerado o mais repressivo do Regime Militar - e um dos condutores do período em que a economia brasileira sofreu uma notável expansão, refletida no crescimento acelerado do Produto Interno Bruto (PIB) e que acabou sendo conhecido como do "milagre brasileiro", Delfim Neto sai de uma derrota vergonhosa na disputa para deputado federal do Estado de São Paulo para se tornar um dos homens fortes de Lula.
Então, meus amigos, não se assustem se fatos estranhos acontecerem nesse próximo mandato. Essa é a regra. Sinceramente, eu estranharei se eles não ocorrerem. Como diz o jornalista Franklin Martins, em política algumas coisas acontecem de repente, não mais que de repente, e a situação vira de pernas para o ar. "O que dias antes parecia sólido desaba como um castelo de cartas, o que era improvável acontece e o que era tido como impossível surge na linha do horizonte", explica.
Clique aqui e veja a pergunta que Cristovam Buarque faz aos eleitores nesse vídeo de 17 segundos.

domingo, outubro 22, 2006

Debate eleitoral: ninguém perde?

Depois de dois debates eleitorais nesse segundo turno, notei um fato curioso: parece que Lula e Alckmin saem vencedores. Ao final dos debates, foram entrevistados representantes dos dois candidatos, e todos disseram que o seu foi melhor que o outro. Até aí normal. Mas o pior é que os eleitores também reproduzem as falas dos representantes.

A disputa eleitoral envolve tal grau de paixão que ninguém reconhece a vitória do adversário ou até mesmo as fraquezas do seu candidato. Na última sexta-feira, dia seguinte confronto do SBT, perguntei a um colega formado em Marketing o que ele havia achado do debate:
- Quem você acha que se saiu melhor?
- Ah, ele foi muito melhor!
- Ele quem???
- O Alckmin, é claro.
- É claro???

O debate do SBT, assim como o da Band, não acrescentou nada ao eleitor no que diz respeito a propostas de soluções para os problemas do Brasil. No entando, o da TV de Sílvio Santos foi morno, enquanto o outro se deu em temperatura elevada. Com o clima mais quente, pôde se ver um esboço da face mais crua dos candidatos. Já com os ânimos mais apaziguados, viu se em ação o trabalho dos marqueteiros.

E pra você, quem se saiu melhor???

quarta-feira, outubro 18, 2006

"Chamem os 'aloprados'!"

O maior desejo de Alckmin no momento é que apareçam mais "aloprados" para estragar a festa de Lula. E, realmente, só isso para diminuir a felicidade do presidente. Depois do resultado da última pesquisa Datafolha de intenção de votos, que lhe deu vantagem de 20 pontos percentuais (computando-se apenas os votos válidos) sobre o ex-gvernador de São Paulo, a vitória é praticamente certa. Segundo o presidente do Ibope, Carlos Alberto Montenegro, teria que acontecer algo "muito espetacular" para tirar a faixa de presidente das mãos de Lula. Isso porque, segundo ele, 92% dos eleitores já teriam definido em quem votarão.
Especialistas do espaço político brasileiro ainda não descobriram se, na hora de alçar vôo, o tucano desligou seu transponder ou voou em altitude errada. O fato é que os eleitores não captaram a mensagem que Alckmin tentou transmitir a seus radares e, agora, a vantagem do adversário é maior do que antes dos "aloprados" surgirem no campo de visão dos brasileiros. Na última pesquisa realizada pelo Datafolha antes da crise do dossiegate, Lula apresentava 17 pontos de vantagem, agora subiu para 19, considerando-se também votos brancos e nulos.
É verdade que ainda temos dois ou três debates pela frente - um, inclusive, hoje no SBT - mas o "Chuchu" parece já ter sido refogado pela campanha de Lula. Alckmin disse ontem, no Rio, que se chegar até 5 pontos atrás de seu adversário na semana da eleição, será o vencedor nas urnas. Pelo jeito que as coisas andam, então, vai poder reconhecer a vitória de Lula uma semana antes da apuração dos votos.
(Para ter uma idéia do que nossos políticos são capazes, veja esse vídeo do Governador do Paraná, Roberto Requião, comento semente de mamona, que, por sinal, não é comestível)

segunda-feira, outubro 16, 2006

Agora o barbudo se empolgou

O Lula de hoje nem de longe lembra o candidato do primeiro turno que evitava debates e muitas aparições. Para ele, agora, quanto mais, melhor. Até mensagem para os “companheiros que navegam o orkut” ele fez.

Para assistir ao vídeo de 15 segundos, gravado no último dia 14, clique aqui.

Essa semana, na quinta-feira, acontece o debate entre Alckmin e Lula no SBT. Dessa vez, o presidente entrará em campo mais preparado. Já o candidato tucano decidiu, em reunião realizada com alguns nomes importantes do PSDB e de partidos aliados, deixar os ataques a Lula para o segundo escalão da campanha e se dedicar mais ao embate de propostas. A idéia é que assim consiga diminuir sua distância para Lula, dilatada depois do primeiro debate, da Band.

O próximo debate deve ser mais disputado e produtivo, pois os dois candidatos já se “estudaram” e estão prevenidos sobre as táticas do adversário. Mas Alckmin que se cuide, porque agora Lula está gostando do jogo. Da mesma forma que diziam que se algum dia o PT chegasse ao poder os fazendeiros perderiam suas terras e a classe média teria de hospedar sem-teto, agora o Partido dos Trabalhadores está usando o mesmo veneno do qual foi vítima, espalhando que Alckmin privatizará até a Petrobrás.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Que vença o melhor?

Para quem gosta de futebol, não é nenhuma surpresa quando um time joga melhor a partida e, mesmo assim, acaba perdendo o jogo. No debate dos presidenciáveis transmitido pela rede Bandeirantes, no último dia 8, Geraldo Alckmin foi para o ataque desde o início do embate, tentando não dar tempo nem para o adversário se recompor. Mais treinado e com um preparo físico maior em debates nessas eleições, e mais ágil nas perguntas iniciais, o candidato tucano parecia vir para aplicar uma goleada histórica na primeira vez em que um Presidente da República em exercício participava de um debate eleitoral. No entanto, usando de sua experiência, adquirida em vários anos de militância e viagens pelos quatro cantos do Brasil e do mundo, Lula conseguiu se recuperar e deixou uma dúvida com o público: quem ganhou a partida?

Muitos foram dormir sem a certeza do resultado do jogo. No dia seguinte, o veículos de comunicação começaram a repercutir o assunto. Alguns falavam em empate. Outros tantos consideravam Alckmin vencedor pela diferença mínima de um tento. Não vi nenhum dizer que Lula havia vencido o debate. Mas nos dias seguintes, as pesquisas mostraram a opinião dos principais juízes, aqueles que julgarão as atitudes dos dois candidatos e elegerão, no dia 29 desse mês, o vencedor desse jogo político. E nelas, o que se viu foi uma derrota do candidato tucano. A diferença entre os dois candidatos, que no primeiro turno foi de apenas 7% dos votos válidos (Lula – 48,61%; Alckmin – 41,64%), aumentou. As pesquisas de Vox Populi, Datafolha e Ibope verificaram que a vantagem do atual presidente subiu para 10%, 12% e 14% respectivamente.
Na disputa pelos votos de Heloísa Helena e Cristovam Buarque, Lula assumiu a liderança. E Alckmin vai ter que melhorar seu estilo de campanha e de comportamento em debates se quiser reverter o placar, pois o público não parece ter gostado do que viu. Só há mais três rodadas pela frente (Debate na Record, no SBT e na Globo) e Alckmin terá de vencer bem todas elas para ter alguma chance de conquistar o título de Presidente da República. E agora? Que vença o melhor? Cabe aos eleitores decidir se realmente existe um "melhor" entre as opções oferecidas.

segunda-feira, outubro 09, 2006

O Primeiro Round: rir para não chorar!

O debate de ontem, transmitido pela Band, foi histórico pela forma como se deu o embate entre os dois candidatos à presidência. Alckmin, que teve aulas com ex-ministros da era FHC para se preparar para o confronto, partiu para o ataque desde o início. Lula, menos preparado, mostrou certa surpresa com o nível dos ataques no começo, mas depois de alguns golpes sofridos conseguiu se levantar e foi entrando na briga.

Ao final do combate, não dá para se afirmar quem se saiu melhor, ou menos pior. Em política, nesses casos, o que mais conta não é o debate em si, mas a repercussão que a mídia e o povo produzirão a partir dele nos dias seguintes. Mas para quem gosta de política, ou para quem não tem nada de melhor para fazer no horário, os debates acabam se tornando momentos de diversão em família. Para quem gosta de adivinhação, pode-se brincar de adivinhar quem mente mais, ou omite. Para quem gosta de esconde-esconde, pode-se aprender muito com os candidatos, cada um tentando esconder, ou disfarçar, o que menos lhe interessa mostrar em seu governo. Ah, você gosta é de pique-pega? Olha os dois candidatos se preparando para pegar o adversário desprevenido, no momento em que menos esperam o ataque. Ontem, o jogo que mais animou as multidões foi a queimada. Alckmin queimou Lula algumas vezes, o chamando de mentiroso, o que até ocasionou um pedido de direito de resposta, negado. Lula rebateu chamando Alckmin de leviano.

Apesar de se mostrar mais bem treinado para o debate, o candidato tucano perdeu no quesito paciência. E Lula, com várias horas de debates presidenciais ao longo das quatro eleições que disputou anteriormente, soube como irritar Alckmin. Em várias ocasiões Alckmin falou na hora em que não lhe cabia. Uma delas ocorreu quando já tinha chamado o presidente de mentiroso e veio o troco. Alckmin, não se agüentando apenas como ouvinte, produziu o seguinte “diálogo” com o seu oponente:
Lula: -Alckmin, não seja leviano...
Alckmin: - Respeito!
Lula: - Não seja leviano...
Alckmin: - Respeito...
Lula: - Não seja leviano.
Em outro momento, Lula disse que o governo FHC só fez “privatizar, privatizar e privatizar”, enquanto seu governo só pensou no “social, no social e no social”.

As pérolas dos candidatos também foram outro momento de diversão para o público. Lula errou a pronúncia de nomes, confundiu números e leu as perguntas que fez a Alckmin. O tucano falava depois de seu tempo estourado, foi repetitivo e disse que, se eleito, venderia o avião da presidência para construir cinco hospitais. Provavelmente faria como Collor, que alugava aviões para viajar, gastando fortunas. Além de não resolver o problema do país, esse é o barato que sai caro, Dr. Alckmin!

Agora é esperar pelos próximos confrontos, a repercussão desse primeiro combate e as pesquisas de intenção de voto. Mas ao invés de ficarmos enjoados e enojados com essa final de dois partidos que têm muito a explicar ao Brasil, tentemos nos divertir também. Caro eleitor, na situação em que nos encontramos, a meta é rir para não chorar...

quinta-feira, outubro 05, 2006

Jornalista não é notícia

Segundo Franklin Martins, jornalista não é notícia. “Se é, um dos dois, o jornalista ou a notícia, está com problemas”. Mas ele também menciona algumas exceções a essa regra. Uma delas é se um jornalista lança um livro. E, se repararmos bem, a notícia não é o repórter, mas a obra. Ontem ocorreu uma dessas exceções: lançamento do livro Políticos do Brasil, de Fernando Rodrigues, em Brasília.

A livraria onde ocorreu a noite de autógrafos estava mais movimentada que o Congresso Nacional em véspera de eleição. ACM, Eduardo Suplicy e Arlindo Chinaglia foram alguns dos políticos por quem passei dentro da livraria durante o tempo em que estive por lá comprando o livro e esperando na fila de autógrafos. Diferente das demais, aquela era uma fila da qual ninguém reclamou. Nem mesmo quando alguns entravam na frente. Desconfio que isso se deu por dois fatores: em primeiro lugar o ambiente e as companhias agradáveis e, em segundo, pelo vinho que estavam servindo. Teve até jornalista de TV indo embora “alegrinho” e enrolando a língua pra falar. Mas, afinal, ali era ambiente de confraternização mesmo, não?

Repórteres mais respeitados de todos os principais veículos de comunicação estavam em peso por lá. O próprio Franklin Martins, agora na Band, Helena Chagas, chefe do SBT local, Cristiana Lobo, da GloboNews, entre alguns jornalistas da Folha, Valor Econômico, e Estadão estavam por lá. Os autores dos principais blogs de política também: Josias, Noblat, Moreno e, porque não dizer, eu, o estreante da praça, além do próprio Fernando Rodrigues, autor do livro.

Conheci e conversei com o simpático Josias de Souza, na fila, sobre blog e política, é claro e, ao final, cumprimentei a estrela da noite e recebi meu autografo:

"Caro Danilo,
Futuro grande jornalista,
Um livro p/ + tranaparência
Na política
Um abraço e boa
sorte na profissão” (FR)


Conheço o Fernando Rodrigues desde o início do ano, quando da entrevista com ele para minha monografia, e o encontro de vez em quando a partir de então. Mas esse encontro foi um dos mais produtivos, pois saí dele com mais de 400 páginas de informações sobre os todos os vencedores nas eleições de 1998 e de 2002, o patrimônio deles e muito mais. E tenho certeza que essas informações serão muito úteis a esse blog.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Olhem Alckmin e Garotinho fazendo bagunça!

Alckmin foi aceitar brincar com Garotinho e, juntos, acabaram fazendo lambança! Com a não eleição de Lula em primeiro turno, e sua tendência de queda nas pesquisas, vários especialistas em política apontavam para uma certa vantagem de Alckmin na briga pelo 2º turno. No entanto, para felicidade de Lula, o candidato tucano foi cair na besteira de fazer acordo com o ex-governador do Rio e sua mulher, a atual governadora Rosinha Garotinho.

Denise Frossard, candidata ao governo do Rio pela coligação PPS/PSFL/PV, a quem Geraldo Alckmin gostaria de ter como aliada, já que o outro candidato ao governo do estado no 2º turno, Sérgio Cabral (PMDB), já declarou apoio a Lula, deu um banho de água fria no tucano:

"Eu rejeito o apoio do Geraldo Alckmin. Depois do que vi ontem, ele aceitando o apoio do casal Garotinho, concluí que o Alckmin não gosta do Rio" - disse a candidata, acrescentando ainda que, se ainda vivo, Mário Covas estaria estrebuchando.

Além dela, o candidato do PSDB à Presidência também vai deixar de receber o apoio do atual prefeito do Rio, o influente César Maia. Segundo o jornalista Ricardo Noblat, o prefeito teria dito a ele, em conversa por telefone, que "o apoio dos Garotinho a Alckmin é o beijo da morte no candidato do PSDB a presidente". Tão achando pouco? Mas não é! Comenta-se que, nos bastidores, deputados eleitos agora pelo PSOL negociam em segredo apoio ao candidato petista no 2º turno. O que não seria um absurdo total, pois, mal comparando (já que toda comparação é falha), se Lula é o Judas para eles, o PSDB é o capeta.

No final das contas, o atual presidente e canditado à reeleição, que teve 49,18% dos votos válidos no estado do Rio, contra 28,86% de Alckmin e 17,13% de Heloísa Helena, aparece como o ganhador da história. Mas como em política as coisas mudam na velocidade que as nuvens se movimentam no céu, nada garante que o PSDB não voltará atrás em relação à aproximação com o casal Garotinho, e assim, receberá algum apoio de peso. O candidato a vice de Alckmin, senador José Jorge (PFL-PE) já reconheceu a cilada em que se meteram ao aceitar o acordo feito com Garotinho com tanta pressa, mas disse que o erro será reparado.

Pode ser, mas que vai dar trabalho, vai!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Não adianta chorar o leite derramado

Essas eleições já estão marcadas pelos grandes erros dos institutos de pesquisa. Com eles, abriu-se espaço para as grandes “surpresas”. As duas principais foram nas disputas para os governos da Bahia e do Rio Grande do Sul. Na Bahia, o ex-ministro do governo Lula, Jaques Wagner (PT), inverteu o quadro mostrado pelas pesquisas, saindo da derrota em primeiro turno para uma vitória sem segundo turno. O candidato à reeleição, Paulo Souto, que dava sua vitória como certa, se mostrou desorientado com o resultado, dizendo que não tinha como explicá-lo.

Mas golpe pior sofreu o atual governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB). Depois de as pesquisas o indicarem como o candidato que seria mais votado no primeiro turno, viu a apuração das urnas revelar algo bem diferente, com seus dois concorrentes, a economista Yeda Crusius (PSDB) e o ex-governador Olívio Dutra (PT), o ultrapassando e deixando-o de fora da disputa no segundo turno. Germano Rigotto, que tinha até tentado se candidatar a presidente da república pelo PMDB, não agüentou o baque e chorou frente às câmeras.

Para esses, não dá mais para chorar o leite derramado. Para os outros, há o segundo turno...

Os “alckmistas” estão chegando?

“Escolhem com carinho a hora
E o tempo de seu precioso trabalho
São pacientes, assíduos e perseverantes
Executam segundo as regras herméticas
Desde a trituração à fixação
A destilação a coagulação” (Jorge Benjor)

Especulou-se até sobre um “tratado” de não agressão entre PT e PSDB durante a campanha para o primeiro turno. Mas na reta final a situação mudou, novas denúncias surgiram e os ataques começaram. Como diz a música, os “alckmistas” foram pacientes e escolheram a hora certa de atacar e agora, com perseverança, esperam uma virada no segundo turno. Daqui pra frente o negócio é saber quem terá maior poder de coagulação das feridas: Lula e seu governo ou Alckmin com sua figura atrelada ao governo FHC. É agora que a briga começa! Que rufem os tambores... O segundo e último round começou!

domingo, outubro 01, 2006

O BLOG

Nascido em Brasília e filho de jornalista, a política brasileira vem me permeando a cabeça desde a infância. Acompanhando meu pai em plantões no Palácio da Alvorada antes mesmo de saber escrever, não tive dúvida no momento de escolher um curso superior e a carreira a seguir: jornalismo. Ao final do curso, o tema da monografia também não foi surpresa: Notícias de Bastidores: o relacionamento entre repórteres e fontes no jornalismo político em Brasília. Agora, inicio essa nova empreitada: o blog Politicomania.

Politicomania, segundo o dicionário Aurélio, significa “paixão ou mania de política”. Acho que paixão por política é a mensagem mais apropriada que esse blog pretende passar. Paixão no sentido, também presente no dicionário, de “entusiasmo muito vivo por alguma coisa”. Apesar de todos os episódios desagradáveis que recheiam a história política do Brasil, é preciso ter entusiasmo pela política, porque ainda é ela que tem o poder de melhorar o país. Atualmente vivemos uma crise política, mas isso não é tão ruim pois é um bom pretexto para a mudança!
O Politicomania estréia num momento muito importante para a história de um país e sua democracia: o dia das eleições. A partir de hoje, esse blog trará notícias, opiniões, comentários, curiosidades e informações interessantes sobre política e estará sempre aberto a discussões e sugestões para sua evolução.
Obrigado pela atenção e participem!