terça-feira, dezembro 19, 2006

"Meninos levados"

É gozado como quando o interesse em jogo é dos parlamentares o negócio vai pra frente. O aumento absurdo dos salários de deputados e senadores foi negociado na surdina durante as eleições e do dia para a noite foi votado, apenas entre as lideranças dos partidos, e empurrado goela a baixo para a população arcar com as despezas.
As desculpas usadas para justificar o desatino foram as mais esfarrapadas possíveis. Teve até político dizendo que o aumento evitaria que parlamentares aceitassem propinas facilmente, pois agora receberiam bons salários. Então quer dizer que eles recebem propinas facilmente? E os salários bons são os atuais, com o aumento seriam não apenas excelentes mas também os maiores do mundo - mas será que eles são o parlamento que mais trabalha? Isso sem contar os outros auxílios que recebem mensalmente.
Querem ver que tanto é? Vamos às contas: R$ 3.000 de auxílio-moradia (pode recusar-se a ir para um apartamento funcional e receber o benefício), R$ 50.815 de verba de gabinete para gastar como quiser, R$ 15.000 para gastos no estado em que se elegeu, R$ 4.268 de verba de correio e de telefone (no Senado a verba para telefone é ilimitada) e quatro passagens por mês, o que soma para um parlamentar de São Paulo, por exemplo, R$ 9.364. Não acabou. Além disso, todos os parlamentares recebem dois salários além dos 13 que todos os "mortais" brasileiros com carteira assinada recebem, o que aumenta o custo mensal em R$ 4.083. Isso sem contar que deputados e senadores têm direito a usar a gráfica para produzir seus próprios materiais. No final das contas, um deputado custa cerca de R$ 111 mil por mês.
Outra justificativa usada para mostrar de onde viria o dinheiro para pagar os novos salários foi a lista de cortes de gastos das duas casas. Mas havia alguns que gerariam economias futuras - ao contrários dos super-salários - como por exemplo o diheiro que seria investido na reforma de alguns apartamentos funcionais, para acabar com a mamata de parlamentar receber auxílio-moradia com tantos apartamentos desocupados.
Com o revés no STF, agora eles tentam fazer manobras em tempo recorde, com reuniões até de madrugada, para garantir o aumento. Até já estão admitindo um reajuste menor e corte de outros benefícios. A população acha pouco, quer mais cortes e moralização no legislativo. Quem deveria dar exemplo, está merecendo é um puxão de orelha...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O mais triste é ver a opinião pública brasileiro, em um país cheio de coisa para se resolver, ter que ficar puta da vida com deputado que só trabalha para aumentar o dinheiro na conta bancária própria.

quarta-feira, dezembro 27, 2006  

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